Migalhas teológicas: ensaios de eclesiologia ministerial é composto por três ensaios e intenta trazer à reflexão a partir da ótica de um teólogo leigo a importância da Igreja missionária e ministerial para o Século XXI.O primeiro ensaio, intitulado A identidade do leigo na Igreja e no mundo, trata de definir positivamente a especificidade dos leigos na Igreja e no mundo. Os leigos devem se empenhar a cultivar a qualidade da vida espiritual na própria vida ordinária. Sua vocação deve ser compreendida na vocação comum de todos de testemunhar o Evangelho. Podem ser definidos como os pregadores da fé, encarregados de ordenar as coisas temporais nas quais estão inseridos, tais como a política e a economia. Pode-se mesmo dizer que o carisma e a graça do leigo está radicada na harmonia de respeito e colaboração entre as realidades temporais e a salvação cristã.O segundo ensaio, Missão, ecumenismo e diálogo interreligioso, se desdobra num fio que vai do proselitismo ao testemunho comum. Estabelece a missão do leigo no movimento ecumênico e no diálogo interreligioso como se efetivando especialmente no âmbito do diálogo da vida, no qual as pessoas se esforçam por viver num espírito de abertura e de boa vizinhança, partilhando as suas alegrias e dores, os seus problemas e as suas preocupações humanas, nas circunstâncias da própria situação de vida, e no âmbito do diálogo das obras, quando são tomadas iniciativas em colaboração coordenada.O terceiro e último ensaio, O padre para o século XXI na perspectiva de um teólogo leigo, trata da imagem, não da ideia do padre, sobretudo da identidade presbiteral, das dificuldades dos padres jovens, da necessidade da formação permanente e da espinhosa questão da obrigatoriedade do celibato. Parece relançada a tensão entre um padre pensado mais como profeta e um pensado mais como pastor, como no período pós-conciliar. É preciso repensar os elementos estáveis de identidade num mundo em constante e rápida mudança: saber estabelecer uma relação madura e direta com as fontes da sua fé pessoal e do seu ministério e trabalhar para atingir uma maturidade pessoal humana e espiritual sólida. Pode-se afirmar que, atualmente, o padre precisa ser, sobretudo, o homem das relações profundas, um especialista em criar relações autênticas entre os homens.